_ Solo:
Os solos são geralmente profundos, azonados, de cor vermelha ou vermelha amarelada, porosos, permeaveis, bem drenados, e por isso, intensamente lixiviados e possuem baixa fertilidade natural. Apresenta pH ácido, variando de 4,3 a 6,2. O teor de matéria orgânica destes solos é pequeno, ficando geralmente entre 3 e 5%.
Possui elevado conteúdo de alumínio, baixa disponibilidade de nutrientes, como fósforo, cálcio, magnésio, potássio, matéria orgânica, zinco, argila, compondo-se de caulinita, goetita e gibsita. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios.
Sua textura predomina a fração areia, argila e por ultimo o silte; e por isso recebe o nome de arenosos, areno-argilosos, argilo-arenosos ou argilosos.
_ Relevo:
É um pouco acidentado, com poucas áreas planas, embora predominem os amplos planaltos. Os pontos mais elevados estão na cadeia que passa por Goiás em direção sudeste-nordeste, são:o Pico do Itacolomi (1797m), o Pico do Sol (2070m) e a Chapada dos Veadeiros que pode atingir 1676m. No entanto há pontos mais baixos: o Pico Alto da Serra dos Pireneus, com 1 385 metros de altitude, a Chapada dos Veadeiros, com 1 250 metros e outras serras menores, com altitudes entre 500 e 800 metros.
Parque Nacional da Chapada dos Guimarães foi criado em 1989 .
_ Conservação:
A proteção total e absoluta contra o fogo no Cerrado é uma utopia, é extremamente difícil. O acúmulo anual de biomassa seca, de palha, acaba criando condições tão favoráveis à queima que qualquer descuido com o uso do fogo, ou a queda de raios no início da estação chuvosa, acabam por produzir incêndios tremendamente desastrosos para o ecossistema como um todo, impossível de serem controlados pelo homem. Neste caso é preferível prevenir tais incêndios, realizando queimadas programadas, em áreas limitadas e sucessivas, cujos efeitos poderão ser até mesmo benéficos. Tudo depende de sabermos manejar o fogo adeqüadamente, levando em conta uma série de fatores.
Grandes incêndios certamente ocorreram no apssado, só que não eram desastrosos. Como não existiam arames farpados os animais podiam fugir para áreas vizinhas e com o tempo serem repovoadas. Hoje é diferente. Além das cercas, a vizinhança de um Parque Nacional ou qualquer outra unidade de conservação, é formada por fazendas, onde a vegetação e a fauna natural já não mais existem. Se a sua fauna for dizimada por grandes incêndios, ele não terá como ser naturalmente repovoado, uma vez que essa fauna já não mais existe nas vizinhanças.
Entre as unidades de conservação podemos mencionar o Parque Nacional das Emas (131.832 ha), o Parque Nacional Grande Sertão Veredas (84.000 ha), o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (33.000 hs), o Parque Nacional da Serra da Canastra (71.525 ha), o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (60.000 ha), o Parque Nacional de Brasília (28.000 ha).
Se considerarmos que cerca de 45% da área do Cerrado já foram convertidos em pastagens cultivadas e lavouras diversas, é extremamente urgente que novas unidades de conservação representativas dos cerrados sejam criadas ao longo de toda a extensão de seus extremos norte, sul, leste e oeste. A criação de unidades de conservação com áreas menos significativas não deve, todavia, ser menosprezada. Quando adequadamente manejadas, elas também são de enorme importância para a preservação da biodiversidade.
A grande maioria das atuais unidades de conservação, sejam elas federais, estaduais ou municipais, acha-se hoje em uma situação de completo abandono, com sérios problemas fundiários, de demarcação de terras e construção de cercas, de acesso por estrada de rodagem, de comunicação, de gerenciamento, de realização de benfeitorias necessárias, de pessoal em número e qualificação suficientes etc. Dentro de alguns anos, ou décadas que seja, estas unidades transformar-se-ão em verdadeiros pastos de gordura,perdendo, assim, toda a sua enorme riqueza de espécies de outrora.
_ Artesanato:
Existem experiências de produção e venda de artesanato na forma de arranjos de flores secas, especialmente sempre-vivas, cestas de caules de pingo-de-ouro, descansos para pratos e chapéus, entre outros produtos que aproveitam a flora do Cerrado. Além disso, existe um mercado razoável para Donald Sawyer 291 artesanato indígena, seja para decoração ou na forma de colares, pulseiras, anéis e brincos. O potencial de venda de artesanato em lojas nas grandes cidades pode ser limitado, mas os turistas muitas vezes levam lembranças de suas viagens.
PRODUTO: ARTESANATO COM SEMENTES DO CERRADO: No mercado varejista do Distrito Federal, com o objetivo de identificar a origem do produto, formas de apresentação, e preço de compra e venda. A pesquisa foi aplicada junto aos comerciantes dos principais canais de comercialização do Distrito Federal – aeroporto, catedral, feiras, e ambulantes. Os dados pesquisados estão disponíveis para técnicos, produtores rurais e comerciantes que atuam nesta cadeia produtiva.
_ Paisagem:
A paisagem do Cerrado possui alta biodiversidade, embora menor que a mata atlântica e a floresta amazônica. Pouco afetado até a década de 1960, está desde então crescentemente ameaçado, principalmente os cerradões, seja pela instalação de cidades e rodovias; pelo crescimento das monoculturas, como soja e o arroz; a pecuária intensiva; a carvoaria e o desmatamento causado pela atividade madeireira e por frequentes queimadas; devido às altas temperaturas e baixa umidade, quanto ao infortúnio do descuido humano.
Durante os meses quentes de verão, quando as chuvas se concentram e os dias são mais longos, tudo ali é muito verde. No inverno, ao contrário, o capim amarelece e seca; quase todas as árvores e arbustos, por sua vez, trocam a folhagem senescente por outra totalmente nova. Enquanto alguns ainda mantém suas folhas verdes, outros já as apresentam amarelas ou pardacentas, e outros já se despiram totalmente delas.
Apresenta pequenas árvores de troncos torcidos, recurvados e com casca grossa como forma de proteção ao fogo; com folhas grossas, pequenas e coriáceas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, como um tapete de gramíneas, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores e suas raízes profundas o que facilita a absorção da água.
_ Vegetação:
A vegetação é composta por exemplares arbustivo-arbóreos, de caules e galhos grossos e retorcidos, distribuídos de forma ligeiramente esparsa, intercalados por uma cobertura de ervas, gramíneas e espécies semi-arbustivas.
Segundo a Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa), há 11 tipos principais de vegetação descritos para o bioma Cerrado. Eles se dividem em formações florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão); savânicas (Cerrado sentido restrito, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda) e campestres (Campo Sujo, Campo Limpo e Campo Rupestre). Considerando também os subtipos neste sistema de classificação, são reconhecidos 25 tipos de vegetação, sendo alguns: campo, cerrado, cerradão, matas ciliares de veredas e ambientes alagadiços.
As árvores têm caules retorcidos e raízes longas, que permitem a absorção da água - disponível nos solos do cerrado abaixo de 2 metros de profundidade, mesmo durante a estação seca do inverno.
Nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte da vegetação do cerrado. Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas.
Sua vegetação se encontra em uma região onde o clima é o tropical: chuva, entre outubro e abril, e seca, entre maio e setembro. E por isso são chamadas de tropófilas. Também são caducifólias, pois caem as folhas no período de estiagem.
Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m.
Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.
_ Sua extensão:
É o segundo maior bioma brasileiro, estendendo-se por uma área de 2.045.064 km2 , abrangendo oito estados do Brasil Central: Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí e o Distrito Federal.
Já ocupou 25% do teritorio brasileiro, cerca de 2 milhões de quilometros quadrados, fato que lhe dá a condição de segunda maior cobertura vegetal do país. Mas ao passar dos anos foi diminuindo, com o surgimento de novas tecnologias foi realizada a correção e hoje, com aproximadamente 800 mil quilometros quadrados, se destaca em produção de grãos, carne leite.
_ Hidrografia:
Cortado por três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul(Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata)e por isso tem índices pluviométricos regulares que lhe propiciam sua grande biodiversidade. O Cerrado pode ser considerado a “caixa d’água” do Brasil. Dele saem os afluentes do Paraná, do São Francisco e da margem direita do Amazonas, ou seja, os principais rios brasileiros. Cerca de 98% da população do Brasil depende População, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no Cerrado de energia hidrelétrica gerada ao menos parcialmente com água do Cerrado (Sawyer, 1998).
_ População:
A população do cerrado, em 1980, era de 16.764.016 habitantes, cerca , em 1991, chegou a 21.064.910, ou seja, 14,34% da população do País. Em 1980, 33,3% da população do cerrado vivia no meio rural e até 1991 reduziu uma taxa de 0,97% ao ano. Em 1996, a população total dos municípios da área nuclear do Cerrado era de 28,1 milhões de habitantes, o que corresponde a 17,9 % da população brasileira e quase a população do Canadá. Do total, 21,5 milhões, ou seja, 76,4%, eram urbanos.
A redução do ritmo de crescimento deve-se às quedas da fecundidade e da migração inter-regional. Atualmente, vivem cerca de 20 milhões de pessoas. Essa população é majoritariamente urbana e enfrentam problemas como desemprego, falta de habitação e poluição, entre outros.
Xavantes, Tapuias, Karajás, Avá-Canoeiros, Krahôs, Xerentes, Xacriabás. Os primeiros indígenas se dividiram em etnias que passaram a ocupar diferentes regiões do Cerrado e a interferir nos processos ambientais, mas a partir de uma relação de sacralidade e profundo respeito para com a Terra.
Unidade |
Área
|
No de
|
População em 1989
|
População em 1990
|
da federação |
(km2)
|
municípios
no cerrado |
total
(no de hab.) |
rural
% total (no hab.)rural % |
Mato Grosso |
422.125
|
76
|
858.028
|
34,671.255.64617,99
|
Minas Gerais |
384.366
|
388
|
7.727.038
|
26,089.441.87619,62
|
Goiás |
355.092
|
211
|
3.124.804
|
32,504.012.56219,23
|
Tocantins |
249.773
|
74
|
562.071
|
62,41672.35444,17
|
Mato Grosso do Sul |
216.463
|
53
|
823.380
|
27,591.092.50015,68
|
Piauí |
162.388
|
95
|
1.198.690
|
58,911.403.32747,62
|
Maranhão |
140.702
|
55
|
776.256
|
74,35906.35562,44
|
Bahia |
82.597
|
49
|
371.007
|
70,45433.16958,72
|
Rondônia |
31.973
|
12
|
84.451
|
66,24154.68051,62
|
Pará |
11.070
|
7
|
19.702
|
70,6345.42640,18
|
Distrito Federal |
5.771
|
1
|
1.177.393
|
3,221.598.4155,31
|
Ceará |
2.356
|
6
|
41.196
|
69,3048.60161,82
|
Total |
2.064.676
|
1.027
|
16.764.016
|
33,3321.064.91123,83
|
Brasil(1) |
8.511.996
|
-
|
119.002.705
|
32,43146.917.45924,53
Fonte: IBGE (1991m) |
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