quinta-feira, 17 de maio de 2012

*Características:
_ Agricultura e as queimadas
O acelerado processo de ocupação do cerrado, com intenso desmatamento tem gerado grandes problemas no que concerne à perda de solo por erosão e perda de espécies animais e vegetais, diminuindo consideravelmente a diversidade e quantidade em seu banco genético.
O cerrado, que produzia grãos em quantitativos irrelevantes, quando comparados à produção nacional, passou a integrar tabelas e quadros estatísticos da produção nacional, com destaque. Além de rebanhos bovinos, principalmente gado de corte, o cerrado constitui-se hoje, grande produtor de soja, milho, arroz, feijão , café e mandioca.
Novos cultivares surgiram, ocupando extensas áreas no cerrado, a exemplo do cultivo de soja, que para sua implantação com produtividade a nível comercial exige, além de correção da acidez do solo e defensivos agrícolas (agrotóxicos), a retirada de toda a cobertura autóctone.
            Como o cerrado não constou da elaboração da Constituição Brasileira em 1988, sua utilização prevê o decapeamento de 80% da propriedade, deixando-se uma reserva legal vegetada de 20%, que não precisa ser especificamente de vegetação nativa. Com isto, a carvoaria tem-se aproveitado retirando, mesmo em áreas ainda não utilizadas para a agropecuária, toda madeira passível de ser transformada em carvão, de maneira intensiva e indiscriminada.
Em suma, a expansão horizontal intensa e rápida traz, para o cerrado, expressivos danos à sua biodiversidade, entendendo-se aqui o termo biodiversidade em três níveis: genética, de espécies e de ecossistemas.
#Entende-se como diversidade genética a informação contida nos genes dos organismos vivos de uma determinada região.
#Com relação à diversidade de espécies, temos hoje catalogadas, 1,7 milhões de espécies de organismos viventes no cerrado, entretanto, como ainda há grandes áreas não estudadas no bioma, calcula-se que estas podem atingir cerca de 12,5 milhões (Ribeiro, Silva & Batmanian, 1985, e World Conservation Monitoring Centre, 1992, citado por Mantovani & Pereira, 1998).
#Quanto à diversidade de ecossistemas, entende-se a variabilidade de habitats, comunidades biológicas e processos ecológicos intrínsecos a cada ecossistema.
O avanço intenso da fronteira agropecuária vem causando danos catastróficos à biodiversidade do cerrado, em que se pese a significância da produção e produtividade da região no balanço econômico/financeiro do país.
Isto patenteia simplesmente a necessidade de maiores estudos que propiciem o melhor conhecimento do bioma cerrado, fazendo-se equilibrar produção e preservação, dentro de parâmetros de sustentabilidade e autosustentabilidade de ecossistemas.
Um dos temas mais controversos no bioma cerrado é o fogo. Sua ocorrência se dá por causas naturais ou não e seus efeitos têm sido motivo de debates.
A história do homem no cerrado não chega a tanto tempo, mas pode-se afirmar com segurança "...que entre 18.000 e 16.000 anos atrás, um contingente populacional cruzou o istmo do Panamá e veio de forma mais densa e efetiva povoar a América do Sul. Esta população de caçadores/coletores e - posteriormente - cultivadores, utilizou o fogo em seus sistemas de caça e preparo de cultivares.
Muitas vezes o fumante tem sido responsabilizado pelo fogo no cerrado, mormente quando a área é cortada por rodovias, porém, uma curiosa investigação realizada por Vareschi.
A fauna de mamíferos, normalmente não chega a ser afetada, de vez que a velocidade do fogo e a altura das chamas permite, a maioria das vezes, a travessia para áreas já queimadas ou a fuga para lugares mais protegidos, sendo atingidos apenas aqueles menos capacitados dentro do processo de seleção natural.
Assim sendo, os processos de degradação do cerrado, mais que à ocorrência de fogo, deve-se à interferência antrópica no bioma através de desmatamento, utilização de biocidas, abertura de estradas, construção de cidades e expansão urbana, etc.

   Queimadas durante a seca desde 2005


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